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Designação do projeto | Icas_Bísaro – Protocolos de Imunocastração para porcos Bísaros
Código do projeto | PDR2020‐101‐031029
Objetivo Principal | Reforçar a investigação, o desenvolvimento tecnológico e a inovação
Região de intervenção | Norte
Entidade Líder | UNIVERSIDADE DE TRÁS OS MONTES E ALTO DOURO
Parcerias |ALBERTO JOÃO AFONSO FERNANDES; ASSOC. NAC. CRIAD. SUINOS RACA BISARA; BISARO – SALSICHARIA TRADICIONAL LDA; CORANE – ASSOCIAÇÃO DE DESENVOLVIMENTO DOS CONCELHOS DA RAIA NORDESTINA; QUINTA DAS COVAS – SOCIEDADE AGRO-TURISTICA, LDA
Data de aprovação | 2018-03-21
Data de início | 2018-01-01
Data de conclusão | 2021-12-31
Investimento Total UTAD | 205.745,01 EUR
Investimento Elegível UTAD | 197.229,62 EUR
Apoio financeiro da União Europeia UTAD | FEADER (Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural) | 133.130,00 EUR
Apoio financeiro público nacional | 14.792,00 EUR
Breve descrição:
Este projeto propõe-se desenhar protocolos de imuno castração específicos para os animais de raça suína Bísara, que permitam manter os animais em regime de supressão de atividade reprodutiva por períodos prolongados de tempo (que não são possíveis com o regime de administração desenvolvido para a produção industrial de procos). Será ainda analisada a qualidade da matéria prima obtida (carne de porco Bísaro), para provar que os protocolos a desenvolver não originam depreciação do produto ou condicionam o seu aproveitamento na indústria de transformação tradicional. Estes protocolos inovadores, específicos para a raça e o seu sistema de produção, irão permitir aumentar o fluxo de carne de suíno de raça Bísaro para a produção de produtos transformados com IGP, de elevado valor acrescentado, normalizar a sua qualidade e, ainda, promover a utilização de modernas técnicas de maneio reprodutivo promotoras do bem-estar animal, uma forma adicional de valorizar os produtos oriundos desta raça.
Identificação do problema ou oportunidade que se propõe abordar:
O Porco Bísaro é uma raça autóctone cuja carne é usada também para a produção de fumeiro tradicional, ambos com menções protegidas. Produzidos em regime semi intensivo, os animais são criados para serem comercializados como leitões ou porcos de engorda; existem ainda nas explorações animais reprodutores. É uma raça com baixa taxa de crescimento (Santos Silva et al., 2000), pelo que a idade ao abate é relativamente mais tardio em comparação com sistemas industriais de produção. Sendo frequente o abate de animais depois da puberdade, esta prática traz alguns aspectos negativos ao sistema de produção, que os proprietários tentam ultrapassar com a colocação do produto no mercado na forma de leitão. Nomeadamente:
1. O aumento da interação social entre animais nos grupos acarreta lutas, interfere com o ritmo alimentar e o rendimento produtivo do grupo, que é mais heterogéneo;
2. A ciclicidade regular das fêmeas, a manifestação de cio e as alterações comportamentais que o acompanham interferem com o ritmo alimentar das porcas, e portanto com o sua eficiência produtiva;
3. Como em muitas explorações não se pratica a separação física dos lotes por género, a coabitação de machos e fêmeas de pouca idade, mas péri-púberes, favorece a beneficiação e a obtenção de gestações muito precocemente, o que interfere também com o ritmo de crescimento destas fêmeas e favorece o emagrecimento acentuado destas mães no final do desmame, comprometendo a qualidade do produto acabado;
4. Favorece a incidência de carnes com “cheiro sexual”, por acumulação de androsterona e escatol na gordura.
O que levou a alguns produtores a tomarem a iniciativa de administrar progestagénios O que levou a alguns produtores a tomarem a iniciativa de administrar progestagénio sexógenos como supressores de cio, o que coloca um risco acrescido de resíduos nacarcaça, e configura risco involuntário para a saúde pública, caso os prazos de segurança não sejam devidamente cumpridos. Respondendo a algumas solicitações que têm sido apresentadas à ANCSUB, a criação de um grupo operacional focado na identificação de métodos não cirúrgicos de supressão da atividade reprodutiva eficazes, transversais ao segmento masculino e feminino, permitiria desenhar os protocolos mais adequados a cada situação e segmento da população (ie,jovens/adultos, machos/fêmeas), a serem testados in loco em explorações piloto, garantindo que não haja alteração da qualidade físico-química e sensorial da carcaça e produtos derivados. Daqui resultará uma melhoria da eficiência do sistema produtivo desta raça autóctone e em simultâneo permite definir condições para a modernização da produção e a qualificação dos produtores, bem como antecipar as alterações que se anteveem na legislação europeia relativamente à abolição de castrações sem anestesia profunda, fortemente pressionada pelos países do norte da Europa que subscreveram a Directiva Europeia sobre as alternativas à castração cirúrgica em porcos.
Objetivos:
O grupo propõe-se desenvolver protocolos de imuno castração adaptados às diferentes fases do ciclo produtivo, para supressão médica da atividade reprodutiva em machos e fêmeas de raça Bísara, tanto para aplicação em animais pré-púberes como em animais maturos. A otimização destes protocolos às condições específicas de maneio desta raça autóctone como foi solicitado pelos produtores através da ANCSUB permitirá:
1. Criar um portfólio de protocolos para imuno astração prolongada (mais de 8 semanas),desenhados para um segmento do ciclo produtivo em específico, e em função da idade ou peso pretendido ao abate;
2. Cumprir as diretrizes europeias relativas à prática de castração cirúrgica em porcos;
3. Suprimir a atividade reprodutiva da fêmea e macho reprodutores antes do abate e por consequência contribuir para a redução do cheiro sexual (associado à androstenona eescatol) nas suas carnes e da depreciação da carcaça que lhe está associada;
4. Avaliar o impacto desta técnica de maneio na eficiência produtiva e na qualidade do produto final (carne de porco Bísaro);
5. Modernizar e inovar o maneio reprodutivo das explorações de porco Bísaro;
6. Determinar de que modo esta prática contribui para a normalização da qualidade das carnes Bísara e em consequência dos produtos transformados;
7. Aumentar o fluxo de animais da categoria jovens adultos (idades próximas de um ano) para a indústria de transformação de produtos de elevado valor acrescentado;
8. Contribuir para a valorização e sustentabilidade da produção de carne de Bísaro e produtos dela derivados.