Protocolos de Imunocastração para a raça Bísara
Guião técnico nº 2 e 3
Grupo Operacional ICas_Bísaro - Protocolos de Imunocastração para porcos Bísaros (Parceria n.o - 104 / Iniciativa n.o - 213), financiado através do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR 2020). Esta iniciativa insere-se na Área nº 1 (Inovação e Conhecimento), medida nº 1 (Inovação) e Ação 1.1./2016 (Grupos Operacionais) do PDR 2020. Tem como Prioridades identificadas por ordem de relevância: i) Aumento da eficiência dos recursos na produção agrícola e florestal; ii) Melhoria da gestão dos sistemas agroflorestais; iii) Melhoria da integração nos mercados; iv) Valorização dos territórios.
Nº dos parceiros que integram o grupo operacional, segundo o código do Projeto:
PDR2020-101-031029 - UNIVERSIDADE DE TRÁS OS MONTES E ALTO DOURO [Líder] PDR2020-101-031034 - BISARO - SALSICHARIA TRADICIONAL LDA [Parceiro]
PDR2020-101-031033 - ASSOC. NAC. CRIAD. SUINOS RACA BISARA [Parceiro]
PDR2020-101-031032 - CORANE - ASSOCIAÇÃO DE DESENVOLVIMENTO DOS CONCELHOS DA RAIA NORDESTINA [Parceiro]
PDR2020-101-031030 - ALBERTO JOÃO AFONSO FERNANDES [Quinta do Bísaro; Parceiro] PDR2020-101-031031 - QUINTA DAS COVAS - SOCIEDADE AGRO-TURISTICA, LDA [Parceiro]
Autores:
Sofia Botelho Fontela
Rita Payan Carreira
Pedro Fernandes
Gustavo Paixão
Maria dos Anjos Pires
Cristiana Castelo
Alexandra Esteves
1. Enquadramento
1.1. A Puberdade
A puberdade é uma fase complexa que culmina com a aquisição de capacidade reprodutiva do animal. A nível fisiológico caracteriza-se por várias mudanças, sobretudo a nível hormonal, que levam à produção de gâmetas e à capacidade de copular. Este período é marcado pelo aumento da secreção de gonadotropinas hipofisárias [a hormona luteinizante (LH) e a hormona folículo-estimulante (FSH)], pela hipófise anterior, controladas através da hormona libertadora de gonadotropinas (GnRH), a qual por sua vez integra, a nível central, informação sobre o ambiente que rodeia o animal e informação do próprio organismo.
Estas gonadotropinas são responsáveis pela maturação gonadal (testicular no macho, e ovárico na fêmea), pela gametogénese (espermatogénese no macho e foliculogénese na fêmea), bem como pela produção de esteroides sexuais. A retroação negativa dos esteroides sexuais mantém um padrão regular de secreção de gonadotropinas e esteroides, típicos a cada sexo. Neste folheto vamos focar-nos particularmente no macho.
O parênquima testicular é composto por vários túbulos onde decorre a espermatogénese – os túbulos seminíferos – entre os quais se dispõe o tecido intersticial. É neste tecido que se encontram as células de Leydig. Estas células, quando estimuladas pela LH respondem com a secreção de androgénios, incluindo a testosterona e a androstenona.
Na fêmea, quando o organismo atinge determinado ponto de maturação fisiológica, observa-se um desenvolvimento folicular mais marcado; os folículos em desenvolvimento atingem dimensões gradativamente maiores, o que permite atingir um limiar crítico de estradiol circulante, capaz de desencadear um pico de LH e a primeira ovulação, marcando a entrada na puberdade.
1.2. O Cheiro Sexual
A partir da puberdade, a secreção de androgénios pelos testículos prossegue de forma contínua. A testosterona é o principal androgénio produzido nos testículos, e tem como função suportar a espermatogénese e a líbido do macho.
Outro androgénio produzido pela gónada masculina é a androstenona, que é transportada na corrente sanguínea até às glândulas salivares, onde se acumula ligada a uma proteína fixadora. A androstenona funciona como uma feromona, estimulando a resposta sexual de uma porca em cio. Para além das glândulas salivares, sendo uma molécula hidrofóbica, a androstenona acumula-se no tecido adiposo conferindo um cheiro urinoso desagradável, mais intenso quando o tecido é aquecido. A androstenona é degradada no fígado, originando vários metabolitos, entre os quais o androstenol, outra feromona. A androstenona é excretada pela bílis, sendo parcialmente reabsorvida através da circulação entero-hepática.
Para além da androstenona, o escatol também tem um efeito marcante na presença do cheiro a varrasco. O escatol é formado a partir da ação da microflora intestinal sobre o triptofano, sendo parcialmente reabsorvido pela parede intestinal e metabolizado a nível hepático. Os esteroides sexuais, nomeadamente a androstenona, inibem o catabolismo do escatol a nível hepático. Desta forma, um aumento de androstenona em circulação é responsável pelo aumento dos níveis de escatol depositado nos tecidos.
Na figura 1 é possível observar as interações responsáveis pelo desenvolvimento do cheiro sexual.
Fig.1: Esquematização das interações responsáveis pela ocorrência de cheiro sexual.
Quanto mais velho for o animal, maior a concentração deste composto nos tecidos (adiposo e muscular), sendo esta deposição responsável pelo aparecimento de um cheiro mais forte.
Este cheiro sexual, ou cheiro a varrasco não é uma característica bem aceite pelo consumidor, e torna-se um constrangimento à venda de carne de suínos inteiros. A castração tem sido apontada como a única solução para controlar este problema, visto que este procedimento impede a produção de androgénios de qualquer tipo.
Nas fêmeas em idade reprodutiva pensa-se que a existência do cheiro anormal das suas carnes se deva à deposição de grandes quantidades de escatol nos seus tecidos.
1.3. O Bem-Estar Animal
A Regulamentação Europeia prevê a possibilidade de reprovação para consumo direto, em matadouro, de carnes que apresentem um “acentuado cheiro sexual”, classificando-as como carnes repugnantes pelo cheiro. Para além disto, animais inteiros têm tendência a expressar comportamentos mais agressivos. É frequente que animais inteiros criados em grupo apresentem lesões traumáticas (por ex: mordidas, pisoteio) infligidas durante as interações entre machos que lutam por um estatuto social dentro do grupo. Estas lesões por sua vez também penalizam o valor da carcaça em matadouro.
Neste momento, a Comunidade Europeia está a fazer esforços no sentido de melhorar todos os aspetos relacionados com o bem-estar de animais de produção.
A opção da castração cirúrgica tem estado associada a um conjunto de preocupações tanto de técnicos como de consumidores, visto ser uma prática que está associada a vários riscos, tais como:
→ dor e stresse; → risco de infeção ou contaminação da ferida cirúrgica por míases; → diminuição do ganho de peso médio diário e diminuição da eficiência alimentar nos dias subsequentes à intervenção.
A FVE (Federation of Veterinarians of Europe) emitiu uma recomendação no sentido de abolir o procedimento de castração cirúrgica; enquanto isso não fosse possível, esta deveria ser combinada com anestesia e analgesia para minimizar o nível de sofrimento dos animais. Na Diretiva de Conselho 2008/120/EC de 18 de dezembro, que regula as normas mínimas para proteção dos suínos está definido que devem ser proibidos os procedimentos ou intervenções com propósitos não terapêuticos ou de diagnóstico que envolvam a perda de sensibilidade de parte do corpo ou alteração da estrutura óssea. Apesar disso, mantém-se a possibilidade de recorrer à castração cirúrgica desde que:
• com < 7 dias de idade a castração tem que ser feito por Veterinário ou pessoa treinada de forma própria e higiénica;
• com > de 7 dias de idade a castração cirúrgica deve ser feita por Médico Veterinário complementada com anestesia e analgesia para minimizar o sofrimento.
Têm sido estudadas alternativas à castração cirúrgica, e a imunocastração tem vindo a demonstrar resultados promissores. Ao utilizar o próprio sistema imunitário do animal – afinal atua como uma vacina - a imunocastração provoca uma diminuição da produção testicular de testosterona, reduzindo-se, por conseguinte, a produção de androstenona a concentrações semelhantes às encontradas em animais castrados cirurgicamente. Ao mesmo tempo, o fígado também recupera a capacidade de metabolizar e limpar o escatol acumulado, diminuindo os seus valores nos tecidos do animal, levando à redução do cheiro sexual.
No entanto, esta inibição é transitória, pelo que necessita de reforços regulares para que a supressão da atividade gonadal se prolongue no tempo.
2. Imunocastração
2.1. Princípio do método
O princípio da imunocastração é semelhante aos das vacinas. O objetivo é que o sistema imunitário do animal venha a produzir anticorpos específicos que neutralizam a GnRH, desta forma bloqueando a atividade do eixo hipotálamo-hipofisário-gonadal. Este método já foi utilizado com sucesso em várias espécies para além de suínos, tais como ovelhas e cavalos.
Uma vez que a molécula de GnRH é de pequena dimensão (é um decapéptido), para estimular o organismo a produzir anticorpos contra esta hormona é necessário alterar acoplá-la a outra molécula de maior dimensão, de forma que este complexo tenha dimensão suficiente para estimular resposta. Depois de ser injetada na corrente sanguínea, o sistema imunitário reconhece-a como um corpo estranho e produz anticorpos. Esses anticorpos também conseguem reconhecer e a GnRH endógena consoante vai sendo produzida, e destruí-la. A falta de GnRH circulante impede a manutenção dos processos associados à atividade reprodutiva (produção de androgénios e produção de espermatozóides) atingindo-se assim um estadio semelhante ao de uma castração.
2.1.1. Imunocastrar com Improvac®
O produto utilizado para atingir a imunocastração é o Improvac®, da Zoetis. Trata-se de um produto imunológico único, uma vacina, que promove o controlo do cheiro sexual em varrascos. O único efeito desta vacina no porco é a estimulação da produção de anticorpos específicos que resultam na eliminação indireta do cheiro sexual pela supressão da secreção de androgénios nos testículos. Ao contrário do que é referido em alguns meios, esta vacina não acrescenta hormonas ao organismo, nem tão pouco estimula a produção hormonal. O efeito que produz é simplesmente uma resposta imunológica que resulta na castração do animal. O antigénio presente no Improvac® é um análogo sintético da GnRH, que é conjugado a uma proteína transportadora (usada extensivamente em vacinas pediátricas humanas). A modificação introduzida na molécula de GnRH análoga, seguida da conjugação com a proteína de transporte, impede a ligação deste complexo aos recetores de GnRH, eliminando assim completamente o potencial de atividade hormonal deste composto.
2.1.2. Protocolo recomendado pela marca
Como em muitas outras vacinas, a imunização completa com Improvac® consiste numa dose inicial seguida por uma segunda dose, ou booster, pelo menos 4 semanas depois. A dose inicial não é suficiente para obter o efeito pretendido; prepara as células de memória do sistema imunitário, mas não estimula níveis efetivos de anticorpos contra a GnRH. Assim, não existe supressão da função testicular e o porco continua a crescer e a ter comportamentos como um porco inteiro, beneficiando dos seus fatores de crescimento.
A segunda dose, administrada quatro semanas depois, já mais perto do abate, produz níveis elevados de anticorpos específicos contra a GnRH.
A administração do Improvac® é feita através de injeção de 2 mL por via subcutânea na base da orelha. A primeira dose pode ser administrada em qualquer altura depois das 8 a 9 semanas de idade. Já a segunda dose tem de ser administrada pelo menos 4 semanas depois da primeira dose, e é recomendado que não seja mais tarde do que 4 a 5 semanas antes do abate. Suínos vacinados com Improvac® são completamente seguros para consumo humano:
❖ não é geneticamente modificado e não contém agentes microbiológicos com risco para o ambiente;
❖ não tem atividade oral se for ingerido;
❖ é tão eficaz para eliminar o cheiro sexual como a castração cirúrgica;
❖ não estimula a secreção hormonal nem adiciona hormonas ao porco;
3. Protocolos de Imunocastração para o porco bísaro
3.1. Protocolo recomendado para animais jovens
Dada a precocidade sexual típica desta raça autóctone, e o facto de serem animais que com um ciclo produtivo até abate substancialmente mais longo que o dos porcos comerciais, deparamo-nos com a necessidade de fazer uma adaptação do protocolo de imunocastração definido pela marca. Esta adaptação deveu-se ao facto de o porco Bísaro atingir a puberdade mais cedo do que as raças comerciais (de 3 a 4 meses no porco Bísaro, para 6 meses nas raças comerciais) e também pela idade ao abate, que nas raças comerciais se situa pelos 5-6 meses, mas que no porco Bísaro é feita com mais de 12 meses de idade (principalmente para produtos transformados). Tendo em conta a idade de abate, o primeiro obstáculo encontrado será como manter os suínos num estado pré-púbere (através da imunocastração) até ao abate.
Trabalhos recentes testaram vários protocolos de imunocastração em animais jovens, recorrendo à biometria escrotal como principal indicador da eficiência da imunocastração (figura 2). Os melhores resultados foram obtidos em animais cujo protocolo foi iniciado aos 3 meses de idade, com três inoculações iniciais espaçadas por 4 semanas. Usando este protocolo, às 45 semanas de idade foi registado um tamanho escrotal similar aos animais inteiros com a mesma idade. Esta constatação levou à realização de um segundo ciclo vacinal com duas inoculações, que resultou num decréscimo acentuado no tamanho escrotal, comprovando a eficácia da imunocastração. Desta forma, o protocolo mais indicado para o porco Bísaro, para um abate às 57 semanas de idade (aproximadamente 13 meses), requer que o segundo ciclo vacinal seja iniciado às 33 semanas de idade, devendo incluir pelo menos mais duas administrações de Improvac® se o abate for realizado até às 53 semanas, ou três administrações se a idade de abate se aproximas das 57 semanas. O intervalo entre administrações será de 4 semanas, como no primeiro ciclo.
Fig.2: Esquema vacinal recomendado para suínos abatidos às 57 semanas de idade. Em trabalhos futuros, pode ser estudado o espaçamento entre inoculações para evitar a recuperação da função testicular.
3.2. Protocolos recomendados para adultos reprodutores
Dada a dificuldade de implementação de procedimento que visem a remoção do odor sexual em animais adultos em fim de vida reprodutiva, foram testados protocolos de imunocastração tanto em machos como fêmeas.
Os machos adultos foram submetidos a duas inoculações antes do abate, espaçadas por 4 semanas, procedendo-se ao abate 4 semanas após a última inoculação. Análises histo-morfológicas confirmam perda de estratificação da espermatogénese, sugestiva de interrupção da atividade do eixo Hipotálamo-hipófise-gónadas. No entanto existem evidências que esta supressão está a sofrer reversão destes efeitos, pelo que se sugere a adição de uma terceira administração para prolongar no tempo os efeitos da imunocastração.
Nas fêmeas de raça bísara, estudos relativos ao momento indicado para a primeira inoculação indicam que esta pode ser feita independentemente do estadio do ciclo reprodutivo em que a porca se encontra. São recomendadas duas inoculações espaçadas por 4 semanas. Não esquecer também que é crucial respeitar o tempo de espera recomendado pela marca entre a última inoculação e o abate (pelo menos 4 semanas).
4. Recomendações
Através dos trabalhos realizados em âmbito do Projeto ICAS-Bísaro, para validação de protocolos de imunocastração para o porco Bísaro, nomeadamente de machos jovens e de animais reprodutores cujo destino é refugo, compilámos alguns pontos que visam facilitar o maneio conjugado com a imunocastração:
- Manter os animais separados por lotes de acordo com o idade/peso;
- Procurar junto da ANCSUB o apoio para a implementação do protocolo de imunocastração de acordo os objetivos de abate;
- Tentar conciliar as datas de inoculação com datas de outras intervenções nos animais, por forma a diminuir o stresse envolvido no maneio;
- Para melhorar o bem-estar, recomenda-se a utilização de uma manga de maneio para estes procedimentos.
Estes conselhos têm em vista facilitar a introdução da imunocastração no maneio normal da exploração por forma a aumentar a eficiência das explorações de suínos da raça Bísara. Qualquer dúvida que surja, ou necessidade de acompanhamento personalizado, aconselhamos o contacto com a Associação de Criadores de Suínos da Raça Bísara (ANCSUB) que, desde a sua criação até aos dias de hoje, são um dos maiores pilares na produção desta raça autóctone característica do norte do país.
5. Bibliografia
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