A tradição ainda é o que era
A tradição ainda é o que era lá para os lados de Gimonde, onde a matança do porco reuniu dezenas de apreciadores.
Eram oito da manhã e a temperatura marcava uns estonteantes cinco graus negativos. A viagem de Bragança a Gimonde foi prolongada pelo gelo que se encontrava dissimulado na estrada. Depois, até à Quinta das Covas, foi um saltinho, apesar das curvas estreitas e sinuosas após se tomar o desvio. A acompanhar a vista, movia-se uma paisagem branqueada pela geada e pelo frio de cortar a respiração.
Alberto Fernandes foi o primeiro a chegar e os restantes convivas começariam a chegar a conta gotas, fazendo-se antever uma manhã bem comprida, até porque o frio gelava até os mais resistentes que, ao chegarem, iam procurando o conforto de duas lareiras que demoravam em brotar calor.
Com cerca de 25 elementos prontos para a matança, o porco não tardou em dar um ar da sua graça. Criado no campo, com cerca de 90 quilos, o animal estava relutante em sair do atrelado, como se adivinhasse o futuro fatídico que lhe estava destinado naquela manhã típica de Inverno transmontano.
Edição de 17-01-2012
Artigo Jornal Nordeste